JESUS EM NÓS
Outro dia estava a trabalho em uma
cidade próxima a minha e ao passar pela rodoviária local me deparei com uma
reflexão pra lá de religiosa, pra lá de política, pra lá de existêncial ou
mesmo assistêncial.
Digamos que a reflexão transcendeu os
muros de quem, mesmo diante de tantos estudos e conhecimentos e ainda com
formação religiosa para tal exercício, se sentiu no mínimo pior do que a cena
avistada e que pela qual foi responsável por me permitir humanamente um ser
inútil.
Ao passar pela calçada me vi diante de
um homem que provavelmente tinha por volta de uns vinte e oito anos, roupas
claras e sujas, rosto com barba por fazer e os pés sujos. Pele tatuada e por
ali adormecia em posição de criança. Deitado na grama que cercava a guia da
calçada, o homem parecia a mercê de qualquer tipo de ligação com o nosso
"mundo". O homem me fez lembrar a vida e as mensagens de Jesus. Não
sei explicar e até me permito tentar. Nesta época do ano eu sempre me percebo
sensível. Penso na vida, realizações profissionais, metas por ainda cumprir,
família, trabalho, compras, presentes e ...tanta...tanta coisa por fazer.
A cena me permitiu o sentido de tudo.
Aquele homem me fez pensar no vazio. No nada. O pouco que ele tenha eu não paro
para pensar no meu dia. Foi então que pensei nele. Onde está sua família? Este
homem teve uma mãe, um pai? O que houve? Por tantas experiências que ele
vivenciou. Quantas provocaram seu estado? De onde ele é? Quem ele é? Seu nome?
Em que momento ele abandonou sua família? Ou será que foi abandonado?
Eu me senti desconfortável com estas
perguntas que, ao longo do caminho, vinham em sequências rápidas à minha mente.
Havia um homem que vinha atrás de mim e ele percebeu que eu meditava sobre a
cena que o mesmo também avistou. Ele olhava admirado e como que me dizendo: é
ele e não nós. Tive esta impressão. Ou ainda, que situação não é mesmo?
O fato é que estamos na época do Natal.
Jesus se estivesse no meu lugar, o que Ele faria?
Eu senti vontade de conversar com aquele
homem, estender-lhe a mão. Mas me senti impotente. Erguer este homem não estava
no meu poder. Eu queria oferecer-lhe emprego. Apresentá-lo à sociedade como
sendo digno de oportunidades. Encaminhá-lo a órgãos públicos competentes.
Naquele momento senti meu coração aberto
para o nascer de Cristo. Senti vontade de lavar seus pés e mostrar o caminho da
oração, do amor, da humildade e o caminho da fé.
E foi então que cheguei ao meu destino
de trabalho e o que me restou foi a oração por aquele jovem rapaz. Nas minhas
orações eu pedi a Jesus que pegasse aquele jovem no colo e que minhas orações
fossem atendidas em prol de outras situações parecidas com aquela.
Quando cheguei ao trabalho pensei
comigo: Senhor, que com meu trabalho eu possa falar do acontecimento de hoje e
que este exemplo sirva de motivação para tirar das ruas jovens como este jovem.
Que o meu trabalho ajude as pessoas a caminharem na esperança de um futuro
melhor.
Cassia Mira
Eu desejo a todos um feliz e santo Natal!
Belíssima reflexão Cassia!!! Parabéns
ResponderExcluirObrigada, querido amigo Jose Alfredo! Grande abraço! Cassia Mira
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